Review: One Piece #1 da Panini

28/02/2012 16:58

está de volta ao Brasil! Depois de passar pelas mãos da Conrad, o mangá mais popular do Japão chega novamente ao nosso país agora sob o selo da Planet Manga, da Panini. O relançamento ocorreu de duas formas: reimpressão e edição inédita. A editora quis, ao mesmo tempo, agradar aqueles que gostariam de acompanhar a série e aqueles que já a acompanhavam através da Conrad. Diante a nossa situação, podemos dizer que fomos privilegiados com uma oportunidade única, inexistente em outros lugares do Ocidente.

Diante de um acontecimento tão importante no setor de mangás no Brasil, não poderíamos deixar de comentar o novo formato do título apresentado pela Panini Comics. Neste review, não vou avaliar a edição número 36, porém, no que se refere ao acabamento, muito do que vou falar também serve para o volume inédito. Se você ainda não decidiu se vai iniciar sua jornada à companhia do Bando do Chapéu de Palha, aproveite o review para fazer logo a sua escolha. Afinal, daqui a pouco os primeiros volumes já deverão virar lenda por aqui.

(Aviso: esta primeira parte é uma resenha. Caso não queira informações sobre o desfecho da história, parta para o título posterior).

 

One Piece: O Amanhecer de uma Aventura

One Piece logoEste é o título do primeiro capítulo do primeiro volume de One Piece e também o ponto de partida do que seria o mangá mais vendido de toda a história. Nestas primeiras páginas, conhecemos uma destemida criança que deseja, a cima de qualquer coisa, se tornar um pirata. Na verdade, Luffy que ser o Rei dos Piratas. A tripulação de Shanks, capitão que está ancorado naquela vila, ri de Luffy querer ser um deles, já que ele não sabe nadar.

Este não seria um problema para Luffy até ele comer o Fruto do Diabo, uma fruta que transforma quem a come em um “homem-borracha”, impedindo que este nunca mais possa nadar. Luffy e Shanks ficam amigos quando o pirata salva sua vida dos bandidos da montanha, e antes de partir e nunca mais retornar àquela vila, Shanks lhe dá seu chapéu de palha, pedindo que vá lhe devolver assim que se tornar um grande pirata.

Dez anos depois, Luffy enfim inicia sua trajetória para formar o seu bando. A primeira pessoa que ele encontra é Kobi, um simples servente da tripulação da terrível Alvida Clava de Ferro. Juntos, eles fogem com o intuito de encontrar um possível combatente para sua equipe: Roronoa Zoro, um aparente caçador de recompenças que vive na cidade base da Marinha.

A dupla chega lá e encontra Zoro preso. Luffy descobre que, na verdade, o sujeito é uma boa pessoa e que apenas ficou com fama de mau por uma infeliz coincidência. Eles conseguem salvar o espadachim da Marinha e agora partem em busca de um navegador. A princípio, parece que a pessoa perfeita acaba de aparecer.

Panini vs Conrad

One Piece: Panini vs ConradViva ao tankobon! No lançamento pela Panini, os volumes chegam inteiros, com uma média de 208 páginas por livro. Em seu antigo formato, o meio-tankobon, cada edição contava com uma média de 108 páginas. Quem parou no volume 70 da Conrad, agora vai recomeçar a partir do 36. A qualidade do papel é a tradicional da maioria dos quadrinhos. O acabamento está muito bem feito, um excelente trabalho realizado pela Mythos Editora, responsável pela produção editorial do mangá.

Entretanto, ao comparar os mangás da Conrad e da Panini, podemos ver uma grande diferença no que se refere a distribuição do espaço dos quadros. A versão da Panini corta diversas vezes alguns centímetros dos desenhos nas laterais externas, sendo que deixa área sobrando no meio do livro. De maneira alguma o caso chega a ser um problema a ponto de prejudicar a leitura ou entendimento da história, mas é uma questão que poderia ser melhorada nos próximos volumes.

Acerca da tradução, responsabilidade de Drik Sada com edição de Beth Kodama, existem naturais pequenas diferenças, nada de muito destaque. Para se ter uma ideia, cito aqui alguns exemplos comparando as mesmas falas de cada versão:

Panini                                                                    Conrad
Tira a mão do meu tesouro.                           Nunca mexa no meu tesouro.
Desgraçado.                                                          Maldito.
Pô, de onde veio essa bala de canhão?!    De onde veio essa bala de canhão?!
Ô do barco aí! Para!!                                         Você do navio! Pare!!

Na versão da Panini, não encontramos páginas dedicadas à publicidade. Os extras entre um ou outro capítulo, como tutoriais para desenhar a caveira do Luffy e curiosidades, seguem iguais. O destaque fica por conta da parte interior da contracapa, que conta com um pequeno texto de Eiichiro Oda para os leitores.

 

Luff de One PieceUm lançamento para futuros lançamentos?

É inegável que o tratamento da Panini diante uma de suas mais novas aquisições — e acredito que a mais importante delas — está sendo impecável, e naturalmente, eficaz. Tenho a crença de que, quando qualquer coisa for tratada da forma que merece, não há erro que esta vai trazer o retorno esperado, quiçá superá-lo. A editora realizou diversas estratégias de marketing através de redes sociais, e a melhor delas foi a promoção relâmpago da assinatura do título — e, aliás, segue relampejando.

O sucesso que One Piece já está fazendo em sua nova casa aumenta consideravelmente a motivação da própria Panini, e também de outras editoras, a melhorarem suas publicações e investirem em outros títulos. O mangá em alta significa a dispersão de nossas emissoras, ou as empresas de streaming que estão por vir, para aquela determinada marca. No caso de One Piece, confesso que vejo uma luz no fim do túnel quanto ao retorno do anime no Brasil — mesmo que seja à la 4Kids!. Só depende dos licenciantes.

Vale a pena assinar One Piece? É lógico que sim. Hoje a assinatura está custando R$ 166,65 à vista ou em 10x sem juros. É um pacote com 27 edições que garante 18 meses de One Piece diretamente na sua casa. É mais do que justo dar os parabéns à Panini Comics e Planet Manga pelo investimento. Espero realizar novas análises de lançamentos como esta em breve. Uma ótima leitura a todos!